sexta-feira, 20 de março de 2009

Inóspito

Dos confins mais distantes de minh’alma

Onde meus sonhos assasinados

Inexistem, sem memórias


De algum lugar sombrio

Em que a umidade é tao densa

Que pode-se toca-la


Dos lugares mais insípidos do meu corpo

Onde nem ratos sobreviveriam


É desse meu mundo distante

Inalcançável e morto

Que renasce a psicose

A cada noite vulnerável


Ela me canta ao canto do ouvido

As mentiras mais sinceras

E a verdade torna-se maleável

E delicademente corrompida


É nessas noites que te desejo

Insana dependência

Da dor que me causas


Amor masoquista.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Quanto a nós

O que eu posso dizer?
Não faria diferença
Esse é um sonho ilícito
Eu espero que amanheça

Na hora errada
No lugar certo
Você me alimenta
Um amor anoréxico

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Em um outro mundo

Entre o remédio e o tédio
A janela chama o pulo
Exitar é perder tempo
O tempo é importuno

A um metro o precipicio
Se errar o salto, hospício
Vou acender um cigarro
Que é o melhor que faço

Em um outro mundo
Voce entenderia...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Cinza

Você não conseguiu conviver
Com a minha loucura
E eu também nao consigo

Eu nunca estaria pronto
Para encarar o final
Mas essa é a última estação
De um trem que anda em círculos

As verdades desnudas
Queimam mais que o fogo
Tornar-me-ei cinza
Queimando aos poucos

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Noite Comum

A cidade adormece
E o sono nao vem
Fico na janela do apartamento
Procurando alguem

Alguem que nao durma
Fumando um cigarro
Pensando em amores
E coisas do passado

A noite fria vive
Vivo esperando
A noite fria, o vinho tinto
Vivo esperando

O telefone tocar
Voce me aparecer
Vinda de qualquer lugar

A chama ascender
Voce me surpreender
Em todo lugar

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Sair-me

Mais sincero do que penso
Mentiroso do que falo

Perdido numa esquina
A procura dos restos
Das migalhas que fora

Propenso ao que penso
Que penso e me calo

Perdido numa escura
Feito dejeto da loucura
Bactéria me agora
Expelir-me feito escarro.

Recuerdos

Manhã de um dia nublado
A noite não acabou
No radio um velho tango
Recuerdos de um quebranto
Do amor que findou

Noite passada estivestes
A rolar em minha cama
Mas tao logo sumistes
A deixar a pior dor que existe
No peito de quem te ama.